EXTRATOS DA NOSSA REUNIÃO DE 13/03/2022

 

Nosso confrade Edilson Elias fez a leitura do Credo Acadêmico

Acadêmica Ludmila Kloczak

Caros confrades, confreiras, convidados e visitantes,

Bem- vindos à reunião da Academia de Letras, Ciências e Artes de Londrina

As pessoas vivem em seus bairros e cuidam das suas vidas anônimas, interessadas em construir a sua história. Passam umas ao lado das outras, asseguradas do seu sentimento de pertença ao grupo, à comunidade. Essa experiência diária, quase imperceptível, não racionalizada, em parte, inconsciente, mantém os elos do convívio e fortalece uma harmonia interna com o agrupamento mais próximo, com a Nação e com o Universo. Até que a casa do vizinho desaba. As pessoas são sacudidas na sua rotina e passam a se perguntar – Quem é? Como é o vizinho que jaz sob os escombros? Não havia necessidade de conhecer a identidade ou a história daquele vizinho. Ao desabar a casa, foi necessário identificar e personificar esse vizinho.

É uma longa história. Vou tentar oferecer seus traços mais relevantes. Vamos começar pelo nome, que sintetiza sua história: Ucrânia – Ucraína. É o que está na margem, nos confins, na fronteira. Terreno plano, fértil, fácil de ser colonizado, sem defesas naturais contra invasores. Aparentemente, o registro deste nome começou a surgir em crônicas, a partir do ano de 1187. 

As tribos eslavas que circulavam pela região alcançaram ao nordeste as terras fino-úgricas, até o rio Oka e o alto Volga; ao oeste alcançaram o rio Elba, ao norte da atual Alemanha; entretanto, a concentração mais populosa de assentamentos deu-se ao sul, devido as terras férteis dos Balcãs, clima mais ameno e as ricas cidades na orla do mar Negro. A língua eslava original, no século VI, já se subdividia em três grupos consistentes: o eslavo ocidental, que resultou no polonês, tcheco e eslovaco; o eslavo do sul, que resultou no búlgaro, macedônio e o servo-croata; o eslavo oriental, do qual surgiram o ucraniano, bielo-russo e o russo. 

Há três versões para a fundação do principado de Kiev . Não vou me ater aos detalhes das diversas versões. O destaque fundamental é que as várias tribos,  tendo à frente, os polianos, tribo eslava mais organizada e numerosa que ocupava toda a vasta planície central da região que, mais tarde, foi denominada Ucrânia, viviam em permanente disputa de território e de bens. Diga-se de passagem, que fazia parte do mundo medieval, atacar e pilhar aldeias das tribos vizinhas.

Quando os normandos ou vikings ou varangios, denominações dos povos escandinavos que circulavam pelos rios Oka, Volga e Dnieper para comercializar com o Bizâncio, e sua capital Constantinopla ou Tsarhorod, como era mais conhecida entre os eslavos, decidiram se fixar às margens do rio Dnieper, nos inícios do século IX, fortificar seu assentamento e criar as bases para o seu principado, beneficiaram toda a vasta região e seus habitantes. Os escandinavos que ocuparam essa região, pertenciam à tribo denominada Rus (pronunciava-se Rush). Assim, criaram o principado de Kievo Rus. A família ou o clã que havia, anteriormente, fundado o assentamento de Novhorod, mais a noroeste, e se deslocado a sudeste para Kiev, chamava-se Riurik. A aliança deste povo com os eslavos foi bem-vinda. De fato, até meados do século X, todos os príncipes do então florescente principado de Kievo Rus, possuíam nomes de origem escandinava.   

Não vou resistir a contar a encantadora lenda que retrata as origens de Kiev (Keiv). A cidade teria sido fundada por Key, na companhia de seus irmãos Khoriv e Shchek, e sua irmã, Lebed (cisne, em ucraniano – metáfora do amor, pela extrema fidelidade do casal, cuja união nem a morte separa: se um morre, o outro se suicida). Os irmãos teriam vindo num grande barco, aportado num lugar aprazível e seguro, transformando-o na sua morada. Assim, aos poucos, deitaram as raízes do que viria a ser o principado de Kievo Rus, a primeira, mais importante e significativa civilização eslava no centro da Europa medieval.  

Entre os marcos históricos, temos que a cristianização oficial foi conduzida pelo príncipe Volodimyr I, em 988, quando a população da cidade e, ele próprio, foram batizados no rio Dnieper.   

Seu filho Yaroslav I, o Sábio, governou entre os anos de 1019 a 1054 e alcançou o auge do esplendor kievano. Talvez o feito mais importante do seu governo, e daí o reconhecimento de sua sabedoria, foi a outorga da “Ruska Pravda”, a primeira constituição em terras eslavas, um código de leis que orientava desde a vida comunitária, até o comércio, a política e a continuidade da dinastia, com suas regras de sucessão. Um fato interessante é que sua filha, Anna, que celebrou núpcias com o rei da França, Henrique II, tornou-se regente do trono francês durante a minoridade do seu filho Felipe.  

Sua visão de uma grandeza estatal e poder político e econômico resultantes da unidade em torno de um governo forte e bem estruturado, não foi herdada pelos seus sucessores, os quais puseram a perder pelos seguintes sessenta anos, um enorme estado que já fora rico e poderoso.    

Somente em 1113, assume o trono do grão principado a convite do povo kievano, o neto de Yaroslav I,  príncipe de Novgorod, Volodimir Monomach, cuja mãe, Anna Monomach, era irmã do imperador bizantino. Sob seu governo foram recuperadas três quartos das terras do antigo principado de Kievo Rus. Consegue pacificar e integrar os outros príncipes de modo a estabelecer relativa calma em todo o território. Amplia a “Ruska Pravda”, e adapta-a aos novos tempos. Sua obra “Conselhos aos Filhos” possui um profundo sentido moral, senso de justiça e humanismo. Dentre várias observações de cunho prático e filosóficas, exorta seus filhos a serem cuidadosos ao julgar ‘o mais simples camponês ou a mais pobre viúva’ de modo que estes nunca fossem injustiçados. Deveriam ser respeitosos com os estrangeiros e os comerciantes porque ambos ‘divulgariam ao mundo as boas e as más qualidades’ do governante e de seu país. Casa-se com Guita, filha do rei inglês, Harold II. 

Integrado ao grão-principado  Kievo Rus, nas densas florestas e pântanos entre os rios Volga e Oka, situava-se o principado de Rostov-Suzdal. Habitado, originariamente, pelas tribos fino-úgricas, que resistiram muito à colonização dos eslavos. Eram refratários às influências colonizadoras que vinham do sul e sudeste, bem como, do restante da Europa. 

O príncipe Monomach designou este principado ao seu filho ilegítimo, tido com uma mulher Kuman, enviando-o ainda criança para ocupa-lo. Yuriy Dovgorukei (Mão Comprida) foi, talvez, um dos primeiros príncipes a se fixar na Suzdália e administrar com competência seu principado. Seu desejo de apropriar-se das terras do sul e sentar no trono kievano revela-se no uso deliberado de uma solução engenhosa político administrativa, de fundar povoados com os nomes das cidades do principado de Kiev, como a recriar e rivalizar com Kievo Rus, no seu principado de Rostov-Suzdal.  Deve-se a ele a fundação de Moscou, em 1147, às margens do rio Móskva.

Seu filho, Andrei Bogoliubskei (que ama a Deus), completamente desinteressado da história e tradições kievanas, organiza e define a orientação política autocrática que, doravante, marcará os destinos do principado de Rostov-Suzdal, da cidade de Vladimir, mais tarde, incorporados ao Grão-principado de Moscou. Desgostoso com a possível competição que Kiev pudesse ainda lhe fazer e, quem sabe, desejoso de apagar do mapa, os traços de uma cidade que rivalizasse, mesmo em lembrança com a sua Vladimir, invadiu-a em 1169 e promoveu a maior pilhagem que esta cidade já havia conhecido. Não pretendia ocupar o trono. Melhor seria que estivesse vago e inexpressivo, o que possibilitaria maior liberdade para prosseguir o seu próprio caminho. Qualquer semelhança com o que ocorre hoje, não é mera coincidência.

Gostaria de acrescentar que, ao atravessar os rios gelados no inverno de 1240, cercar a cidade de Kiev e conquistá-la, os mongóis encontraram o espectro de um Estado que já se transformara em história e lenda.


 "Composições Brasileiras"

Grupo Vocal "Entre Nós" *


Clique em cada link abaixo para assistir 


> "Rosa" de Pixinguinha


> "Arrastão" (Vinicius de Moraes e Edu Lobo)


> "O Circo Místico" (Chico Buarque e Edu Lobo)


* Fundado em 2010, o “Grupo Vocal Entre Nós” é formado, em sua maioria, por alunos e ex-alunos do curso de música da Universidade Estadual de Londrina - UEL. O grupo conta com quinze músicos, sendo quatorze cantores e um pianista. Hoje, o grupo é coordenado por Monique Kodama - Especialista em Regência e participante do grupo desde sua formação. Em sua formação inicial, o grupo tinha como objetivo somente o estudo e interpretação de arranjos vocais, com destaque para nomes importantes da área, como Marcos Leite, Pablo Trindade e Celso Branco. Em 2014, após alguns anos trabalhando somente com o trabalho vocal, o grupo passou a realizar uma proposta interdisciplinar, integrando música e teatro em seus espetáculos que, além de enriquecer o trabalho, agregou um novo público.


Contando um conto

"Marlene e a Pandemia"

Acadêmico Julio Ernesto Bahr *

O conto "Marlene e a Pandemia", de sua autoria, mostra duas situações que se entrelaçam: a fragilidade sentimental de uma mulher (Marlene) e a malandragem urdida por um homem. Já na meia idade, ela busca através de um site de relacionamentos algum companheiro para preencher o vazio da sua vida.

O escolhido foi Richard, que é convidado para morar em sua casa no auge da pandemia do Coronavírus.

Richard, vigarista de carteirinha, manipulador e controlador, aproveita-se do pânico que a pandemia provocou em Marlene e aplica-lhe um golpe - sua intenção desde o início - apropriando-se de todos os bens e posses da companheira.

* Paulistano, é londrinense desde 2004. Publicitário, atuou nas áreas de criação, redação e design gráfico. É articulista, contista e blogueiro. Recebeu vários prêmios literários e tem contos publicados em antologias. Publicou os livros de contos, "Encontro na barca... e outras histórias de bahr" e "Tia Belinha e a grande cartada... e novas histórias de bahr", ambos patrocinados pelo PROMIC - Programa Municipal de Incentivo à Cultura, de Londrina.

Escreveu também o E-book "Criações Gráficas nos Tempos Pré-Computador" (disponível no site da Amazon).
Dois novos livros aguardam impressão gráfica.
Criou os blogs "Bahr-Baridades", "Visual de Londrina" (denunciando a poluição visual na cidade e que foi o estopim para a decretação da Lei Cidade Limpa), "Conversas de bahr em bahr" e "Publicidade, prazer em conhecer", os dois últimos ativos na rede mundial.

"Atividade intelectual como prevenção contra a doença mental"
Dr. Marcos Cabrera *



*Médico geriatra, professor do curso de Medicina UEL, mestrado em medicina interna e doutorado em cardiogeriatria.


"As riquezas do interior do Paraná"

Wilhan Santin*





* Jornalista,já foi repórter da Folha de Londrina e colaborador da Folha de S. Paulo, da Revista Globo Rural e da BBC Brasil.
Também foi repórter da Rádio Paiquerê FM e professor do curso de Jornalismo da Universidade Norte do Paraná.
Tem 12 livros publicados, entre eles um de crônicas, dois infantis e um de contos. Os demais são obras institucionais, que contam as sagas de pessoas ou de empresas.


Acadêmico Clodomiro José Bannwart Jr. *



* Clodomiro José Bannwart Júnior é Professor de Ética e Filosofia Política na Universidade Estadual de Londrina e membro efetivo da Academia de Letras, Ciências e Artes de Londrina, desde 2014.

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Mensagens via chat durante a reunião:
From SERGIO ALVES GOMES to Everyone:
Bom dia a todos!  
From Dra. Maria Cristina Müller to Everyone :
Parabéns, Ludmila! Importante para pensarmos o momento terrível que novamente o mundo está a viver.
Pela paz no mundo!
From Clodomiro Jose Bannwart Junior to Everyone:
Excelentes apresentações!
From Dra. Maria Cristina Müller to Everyone: 
Belíssimo!
From Eduardo Baccarin Costa to Everyone:
maravilha
From Neusi Berbel to Everyone:
Que beleza! Parabéns ao Grupo Vocal Entre Nós! E muito obrigada!
From Dra. Maria Cristina Müller to Everyone:
Por um mundo em que as mulheres possam ser o que elas quiserem ser.
From Dra. Maria Cristina Müller to Everyone:
Excelente presença; muito obrigada Dr. Marcos Cabrera!
From Clodomiro Jose Bannwart Junior to Everyone:
Excelente palestra. Parabéns Dr. Marcos Cabrera. Obrigado por partilhar seu conhecimento conosco.
From Eduardo Baccarin Costa to Everyone:
Wilhan além de excelente jornalista é muito bom contista
From Dra. Maria Cristina Müller to Everyone:
Parabéns Sr. Whilhan! Desejaria que fosse um local amplo e com ventilação permitindo o distanciamento e maior proteção
From Neusi Berbel to Everyone:
Parabéns e gratidão a todos os participantes que trouxeram excelentes contribuições!!!!
From Julio Bahr to Everyone:
Reunião fantástica. Parabéns, Wilhan, parabéns Dr. Cabrera!!! Força, Ludmila!

EXTRATOS DA NOSSA REUNIÃO DE 13/02/2022

 

Nosso Vice-Presidente, Acadêmico Clodomiro Bannwart Jr., procedeu
à leitura do Credo Acadêmico

Acadêmica Ludmila Kloczak 

DIRETORIA 2022/2023

A gestão da Alcal - biênio 2020/2021 – coincidiu com a pandemia. Por isso, teve que se ajustar às circunstâncias determinadas pelos protocolos sanitários para exercer suas funções, encerrar seu mandato e promover novas eleições.
A convocação para a inscrição de chapas para a eleição da nova diretoria foi lançada em 25 de novembro de 2021, através de e-mail para todos os confrades e confreiras, membros da nossa Academia. A previsão para a realização da votação seria 11 de dezembro, por via remota.
Considerando que nenhuma chapa se apresentou para concorrer na eleição, os membros da atual Diretoria se propuseram a permanecer em seus postos para o biênio 2022/2023. Com essa iniciativa, inscreveram-se visando assegurar que não houvesse interrupção nas atividades, nem na programação de eventos e demais promoções da Academia, até que a alternância de titulares possa ser efetivada na próxima eleição. Os responsáveis pelas respectivas posições são, na quase totalidade, os mesmos da atual gestão, com pequenas trocas de função:
Confrades, confreiras, convidados e visitantes!
Bem-vindos ao reinício das atividades da Academia de Letras, Ciências e Artes de Londrina neste mês de fevereiro de 2022.
É uma reunião muito especial, pois demarca o início de uma nova gestão que fortalece a continuidade da história da Alcal. 
Ao final da gestão 2020/2021, deparamo-nos com o risco da Academia sofrer solução de continuidade, tendo em vista que não houve resposta ao chamado para inscrição de nova chapa para administrá-la. 
Sabemos que a  consolidação da nossa Academia em seu papel de promover e divulgar produções de alto padrão na Cultura e na Ciência depende da disposição de todos os membros a participar e a trabalhar. Nossa preocupação é garantir que o legado do fundador Dr. João Soares Caldas não se perca, mas siga evoluindo em qualidade e atuação de excelência. 
Nós, da Diretoria em exercício, entendíamos a importância da alternância de membros nas funções administrativas da nossa Instituição. Sabíamos que, no momento, não havia nada a fazer a respeito. Precisávamos aceitar este fato da realidade e entender que, em parte, ao longo destes dois anos, convivemos mês a mês nas nossas reuniões, mas não o suficiente para promover um engajamento nos trabalhos de manutenção da nossa Instituição. Em parte, não desenvolvemos o hábito e a prática da alternância de funções, pois não precisávamos. Nossa Academia, durante décadas, girava em torno da figura do seu fundador, com qualidade e eficiência. O seu sonho e o seu desejo  consumados para nosso conforto e alegria. Nós nos deliciávamos com o banquete, mas não nos preocupávamos com a sua preparação. 
Esta inscrição de origem, na gênese da Academia, produziu seus efeitos ao longo do tempo. Para colocar em movimento uma nova forma de relação com a Academia exige, em primeiro lugar, o reconhecimento de que seu destino está em nossas mãos. Não se trata, porém, de uma figura retórica. Alguém precisa saber como abrir e fechar as portas. Nestes dois anos, as portas se abriam e fechavam através da internet. Onde fica a vassoura? Sempre há algo para organizar, limpar, pesquisar! É preciso, inclusive, conviver com as contas. Manter a estrutura de uma Academia tem custos.
A Diretoria em exercício tivera a oportunidade de apreender os trâmites de uma gestão. Sua energia não se desgastara ao longo desses dois anos tão surpreendentes e difíceis. Descobriu que ainda possuía fé e esperança de que oferecer-se para um novo mandato visava trabalhar com mais afinco e dedicação no objetivo de comprometer todos os membros com o afeto e a paixão necessários para fortalecer e engrandecer nossa Academia. Temos uma missão a cumprir.
Aqui estamos nós, confiantes de que podemos contar com todos os membros para preservar e aperfeiçoar o relevante papel da Academia na cidade de Londrina e região.
Agradeço a atenção. Continuemos com nossos trabalhos que, espero, agradem a todos.

"Amizade"
Cantora Rafaela Mendes*
Acompanhamento: Leonardo Lorca, ao violão


* Licenciada em Música pela UEL, é cantora e regente coral, pós graduada em Coach Vocal pelo CEV (Dra. Mara Behlau), Expert em Pedagogia Vocal pelo Full Voice Singing e certificada pelo método internacionalmente reconhecido “Somatic Voicework TM” da professora americana Jeanie Lovetri. Atua como professora de Técnica Vocal há 13 anos, em Londrina/PR e região. Estudou comprofessores renomados como Jan Szot (São Paulo), Edineia Oliveira(São Paulo) e com o maestro Alessandro Sangiorgi. Foi coralista do Coro Juvenil da UEL regido por Lucy Maurício Schimidt. Atualmente é assessorada pela Vocal Coach Polyana Demori (Maringá) e por seu esposo, Gabriel Oliveira, Fonoaudiólogo e professor de canto.
No final de 2012, integrou o Coro Filarmônico de SP, para acompanhar juntamente com a Orquestra Filarmônica de SP, o cantor italiano Andrea Bocelli, em um show para 25 mil pessoas no Jockey Club/SP.
Foi membro da RCC e da Pastoral da Música, e professora pelo CEMUL da Arquidiocese de Londrina.
Em sua trajetória como cantora estudou diversos estilos, do Canto Lírico ao Canto Popular, e tem se aventurado na técnica americana “Speech Level Singing”, buscando novas possibilidades vocais, e também com os métodos “Singing Sucess” e "Somatic VoiceworkTM", e com mais respeitados nomes do Belting atual. 
Atualmente é Voice Coach Licenciada pelo renomado método Full Voice Singing. É também sócia-proprietária do grupo Trinità Música, que atua em Londrina e região no seguimento de casamentos, recepções e eventos corporativos.

"Pé Vermelho"
Declamação, de sua autoria
Acadêmica Leonilda Yvonneti Spina* 
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* Natural de Bragança Paulista/SP, reside em Londrina/PR desde 1964.
Professora, advogada, escritora, poetisa, trovadora, declamadora.
Sócia Correspondente da Associação de Escritores de Bragança Paulista (ASES).
Integra o Coral da Universidade Estadual de Londrina (UEL) desde 1987. 
Trovadora atuante, durante muitos anos fez parte da União Brasileira de Trovadores (UBT), Seção/Londrina. 
Em setembro/1996 recebeu a Medalha de Prata, pela Câmara Municipal de Bragança Paulista/SP, pelos seus méritos literário e em setembro/2007 foi agraciada com
o título de Comendadora, outorgado pela Prefeitura daquela cidade.
Foi pioneira da TV Coroados, apresentando comerciais e também 
declamações no programa "Os versos mais lindos".
De 1964 a 1966 foi apresentadora de dois programas semanais na TV Coroados e apresentou na Rádio Alvorada, o programa "Chá das Cinco"; manteve coluna social nos jornais Folha de Londrina e Tribuna do Paraná.
Como declamadora, há décadas vem se apresentando em eventos
 cívicos, sociais e religiosos.
Detém dezenas de troféus, medalhas, placas e certificados, pelas classificações em Concursos nacionais e internacionais de Poesias e Trovas.  
Participou de inúmeras Coletâneas de Poesias e Trovas, de Londrina e região
 e de outros estados.
Publicou quatro livros de poesias: Folhas de Outono (1995), Girassóis (1998), Rosa dos Ventos (2000) e Veredas da Alma (2005). Em 2013 lançou ESSÊNCIA, um CD com
quinze poemas de sua autoria, declamados ao som de piano.

"Cardiologia: os caminhos que percorremos e os que vamos percorrer"
Acadêmico Marco Antonio Fabiani*

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* Médico cardiologista em Londrina. Publicou os livros de contos: A memória é um pássaro sem luz”, romance; “Trilhas de pau e fogo”, “Contos de Pau e Pedra”; “Histórias de um Norte tão Velho”, e  o ficcional “Um Bourbon para Faulkner”, livro que
 originou uma peça teatral de muito sucesso.
Em setembro de 2013 lançou o romance “A memória é um pássaro sem luz.”
Tem contos publicados na revista “Cult” (número 100), na revista literária “Coyote”, 
(número 21) e na “Antologia Paulista 2007” da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores.
Participou como coordenador editorial do volume “Caçadores de relâmpagos”, coletânea de relatos de médicos pioneiros de Londrina, editado pela UNIMED – Londrina, 
cooperativa de trabalho.


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"A jornada do jornalismo: desafios e perspectivas"
Jornalista Gelson Negrão*

* Gelson Negrão é natural de Andirá, norte do Paraná; 
Casado, pai de duas filhas, tem 53 anos.
A carreira começou no rádio em1981. Estreou em TV em 1992 pela TV TAROBÁ em Cascavel.
Ao longo de 16 anos na afiliada da BAND, atuou como repórter na cobertura de diferentes categorias do automobilismo brasileiro e sulamericano para BAND, SPORTV e ESPN.
Também foi diretor de jornalismo, produtor e apresentador de programas.
Como repórter esportivo participo da cobertura de 5 Copas do Mundo e 3 Olimpíadas pela Rede Paranaense de Rádio, CBN Londrina, Massa FM, TV TAROBÁ e REDE MASSA.
Se transferiu para a REDE MASSA, afiliada do SBT no Paraná, em fevereiro de 2008.
Participou da implantação do MASSANEWS.COM, o portal de notícias do Grupo Massa.
Atualmente é apresentador dos programas CIDADE ENTREVISTA e PRIMEIRO IMPACTO LONDRINA da REDE MASSA SBT.
Desde 2011 é colaborador da coluna CIDADE EM PAUTA da Rádio CBN Londrina e apresentador do programa CBN ENTREVISTA.
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ENCERRAMENTO
O encerramento da reunião deu-se pela palavra 
do nosso Vice-Presidente, Clodomiro Bannwart Jr, 
que fez uma breve avaliação extremamente positiva sobre cada apresentação e agradeceu a todos os participantes que estiveram conosco "on line".
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Textos recebidos via "chat":

From Fatima Mandelli to Everyone 11:08 AM
PARABENS 
From iPhone de Lucrecia to Everyone 11:35 AM
Caríssimos e caríssimas, cumprimento a nova diretoria e desejo vida longa a ALCAL! Cara Ludmila, aplaudo a maravilhosa gestão que se finda e acredito muito na que ora se inicia! Vc fez e continuará fazendo história na Academia, e na cultura de Londrina, como tb fizeram os presidentes que a antecederam. Todos estão de parabéns, e com seus méritos reconhecidos. Sucesso sempre! Agradecida pela oportunidade de participar desse momento histórico. Em nome da ALCA e da ALT, externo os meus cumprimentos e desejos de imenso sucesso! Viva a ALCAL! Vivam os seus acadêmicos e colaboradores!
Os meus cumprimentos, reconhecimento, admiração e simpatia são extensivos a toda a Diretoria e aos demais membros da ALCAL. Recebam o meu abraço carinhoso e desejo de um excelente domingo!
From Clodomiro Jose Bannwart Junior to Everyone 11:37 AM
Obrigado, Lucrécia. Forte abraço...
From Fatima Mandelli to Everyone 11:38 AM
GELSON NEGRÃO MEUS APLAUSOS...
From Leonilda Spina to Everyone 11:40 AM
Foi um prazer revê-la, Lucrécia!
Parabéns pela sua fala, caro Marco Fabiani!
From Roberto Bondarik to Everyone 11:40 AM
gostei muito
From iPhone de Lucrecia to Everyone 11:43 AM
Parabéns pelas profundas e maravilhosas palavras do jornalista Negrão
From Fatima Mandelli to Everyone 11:50 AM
PRESIDENTE ESTADUAL LUCRECIA. SEMPRE BEM VINDA.
From Roberto Bondarik to Everyone 11:50 AM
Fatima, a disposição também para tua rádio, gosto de microfones e podemos falar de história de cultura, de tecnologia ...
From Fatima Mandelli to Everyone 11:52 AM
COM CERTEZA PROF ROBERTO BONDARIK . GRATA. SERA NOSSO CONVIDADO PASSE O CONTATO  O MEU  FONE 999XX- 36XX
From Roberto Bondarik to Everyone 11:52 AM
43 999XX-01XX
From Fatima Mandelli to Everyone 11:53 AM
PROF CLODOMIRO UMA FALA QUE É UM BALSAMO PARA TODOS NÓS ACADEMICOS. BOM  DOMINGO A TODOS.
From Leonilda Spina to Everyone 11:56 AM
Parabéns, Gelson! Ótimas ponderações!

EXTRATOS DA NOSSA REUNIÃO REMOTA EM 12/12/2021

 

Nosso Mestre de Cerimônias Jonas Rodrigues de Matos conduziu a reunião

A Acadêmica Fátima Mandelli leu nosso Credo Acadêmico

Acadêmica Ludmila Kloczak

        Bem- vindos confrades, confreiras, convidados e visitantes à reunião da Academia de Letras, Ciências e Artes de Londrina,

Este mês de dezembro representa um marco para a Academia. Superamos as limitações impostas pela pandemia através de trabalho incansável e dedicado dos membros da Diretoria que acreditaram  no seu papel histórico, neste momento em que a organização social, política e econômica global, concebida por séculos de trabalho humano, foi estremecida, de disseminar cultura em produções científicas, artísticas e literárias neste microcosmos, um grão de areia, que é Londrina e a nossa Academia. No entanto, nesta aldeia encontramos o Universo.
Quando esta Diretoria foi eleita para a gestão 2020/2021, não imaginávamos que teríamos que inovar muito para continuar a cumprir a missão de semear conhecimentos, ao percorrer o caminho dos que nos precederam com tanto talento e sabedoria.
Pois esta é a última reunião desta gestão. Orgulho-me do trabalho que fizemos. O novo nos orientou e estimulou a continuar. Agradeço profundamente aos membros da Diretoria, tanto pela confiança depositada em mim, como pela competência com que exerceram o trabalho, muitas vezes, inesperado e exigente que se impunha.   
Informo que a assembleia para a eleição da nova Diretoria será aberta na quarta-feira, 15 de dezembro, e encerrada no dia 18 de dezembro. Todos os acadêmicos receberão um e-mail com as orientações para a eleição, antecipadamente.
Conforme expus na última reunião, nossa Alcal participou do 15º Encontro das Academias de Letras, Ciências e Artes do Paraná, retrato da dedicação de tantos paranaenses apaixonados pela Cultura e entusiasmados pela oportunidade de trocar experiências na área. Nesta oportunidade, fomos agraciados com um poema escrito especialmente para a ocasião e dedicado à  Alcal. Foi uma iniciativa da Academia de Letras de Toledo, que homenageou todas as Academias presentes ao evento com um poema original. O autor do nosso poema foi o acadêmico José Garcia de Souza, Cadeira – 28, da referida Academia. 


"O trágico fim de Undine - Conversa fiada?"
Luciana Gastaldi*, pianista
e Vitor da Silva Constantino**, flauta


* Luciana Gastaldi nasceu em Londrina/PR. Graduou-se em Matemática pela Universidade Estadual de Londrina e em piano pela Faculdade de Música Mãe de Deus de Londrina. É mestre em Matemática, mestre em Ensino de Ciências e Educação Matemática pela Universidade Estadual de Londrina – UEL - e doutora em Educação –na linha de pesquisa “Ensino de Ciências e Educação Matemática” pela Universidade de São Paulo - USP –. Concluiu, em 2012, o Curso de Aperfeiçoamento em Piano, pela Escola de Música de São Paulo - EMESP – Tom Jobim. 
Coordenou o Projeto de Pesquisa “A Matemática como Ferramenta da Música” na Universidade Estadual de Londrina de 2012 a 2017 e atualmente realiza pesquisas sobre a profunda relação entre música e matemática e sua aplicação na educação. 
Escreveu o livro “A Racionalidade Matemática na Composição Musical”, como resultado de suas pesquisas.
Paralelamente à sua atividade acadêmica, apresenta-se regularmente em recitais, ora como pianista solista, ora como camerista. Atuou como professora de música de câmara nos festivais de música de Londrina de 2011, 2012 e 2019 e como pianista correpetidora nos festivais de música de Londrina de 2013 a 2015, 2017 e 2018. Participa dos grupos Pixinguinha na Pauta e Música Contemporânea na EMESP-Tom Jobim.

** Vitor da Silva Constantino, natural de Barueri - SP,  teve o primeiro contato com a Flauta Transversal aos 11 anos. Em 2014, com 14 anos, ingressou na Escola de Música do Estado de São Paulo (EMESP Tom Jobim), onde permaneceu até 2019. Participou de concertos com a Banda Jovem do Estado de São Paulo (BJESP) e Orquestra Jovem do Theatro São Pedro (OJTHESP), sendo seu último recital realizado no 51º Festival de Inverno Campos de Jordão (jul/2021). Ingressou no curso de Bacharelado em Flauta Transversal na Unesp no ano de 2019, onde atualmente é orientado pela Professora Doutora Sarah Hornsby.

Acadêmico Clodomiro Bannwart Jr.
Nossa Academia se propôs a promover uma reunião diferente no encerramento das atividades do ano de 2021: a apresentação dos livros recém-lançados por nossos Acadêmicos e por autores paranaenses.


Livros dos autores Maria Lucia Victor Barbosa; Neusi e Jeanine Berbel; Mimi Luck; Clodomiro Bannwart Jr. e outros autores; Pedro Aloysio Kreling; Lorivaldo Minelli; Maria Cristina Muller e Daniela Hruschka Bahdur; Nilson Monteiro; Alcides Carvalho; Paulo Briguet.

Acadêmico Sergio Alves Gomes *

            Ao lhe ser concedida a palavra, o Acadêmico e Orador SERGIO ALVES GOMES apresentou suas reflexões, dividindo-as em três breves momentos. No primeiro deles, destacou a riqueza de conteúdo da reunião de modo a configurar um “banquete intelectual e espiritual” , conforme suas palavras, considerando as importantes reflexões introduzidas pela Presidente e Acadêmica Ludmila Kloczak, a presença da Arte Musical -  trazida pelo duo formado por Luciana Gastaldi (piano) e Vítor da Silva Constantino (flauta) –  e os destaques literários apresentados e ou conduzidos  pelo Vice-Presidente e Acadêmico Clodomiro Bannwart, com a apresentação de uma dezena de obras , a comprovar a “Produção literária Pé Vermelho”, momento este em que alguns dos autores e organizadores das referidas obras fizeram uso da palavra para apresentá-las.
            No segundo e terceiro momentos do seu discurso reflexivo, o Orador apresentou palavras de agradecimento à Academia de Letras, Ciências e Artes de Londrina, pela oportunidade de atuar como seu “Orador Oficial” por, aproximadamente, seis (6) anos e fez uma conexão com a temática das festas de Natal e Ano Novo, para deixar sua mensagem de felicitação a todos, em razão de tais celebrações. Assim, fundamentou seus agradecimentos e votos de felicidades, nos seguintes termos: agradecimento pela oportunidade e confiança. Oportunidade para fazer uso da palavra em todas as reuniões, no memento “Palavra do Orador”. Oportunidade para compartilhar informações, ideias e reflexões sobre uma variedade de temas. Oportunidade para, ao falar sobre tais temas, conectá-los sempre com a figura do ser humano, da pessoa humana, que é cada um de nós, nunca isolada, mas sempre em convívio com o “outro”, o qual nunca é igual a outrem, embora sempre semelhante. Oportunidade para ressaltar as contribuições dos participantes nas dinâmicas, diversificadas e enriquecedoras reuniões ordinárias, onde as Letras, as Ciências e as Artes se complementam e nos oferecem o alimento intelectual, espiritual, ético   e estético oriundo das diversas formas de conhecimento que encontram morada no âmbito dessa Academia.  Oportunidade para expor e refletir, por exemplo, sobre os tempos pandêmicos que ainda estamos a vivenciar, sobre a tolerância, sobre o Poder e suas dimensões política e econômica,  sobre  o poder da palavra, a liberdade, os direitos humanos e fundamentais, a dignidade humana, a democracia, sobre o significado e a importância das Leis, sobre a Constituição da República, sobre o Estado Democrático de Direito, sobre a cidadania, sobre a vida e o meio ambiente e tantos outros temas que têm seus significados vinculados à vida em geral, à vida humana e ao convívio social, onde esta se desenrola para cada um como possibilidade  de realização ou de frustração.
            É hora também de agradecer a Academia pela confiança depositada na pessoa do Orador,  ao conceder-lhe tal espaço, com a  expectativa de que seus discursos e comunicações  estivessem sempre em consonância com os fins para os quais esta Instituição foi fundada e em direção aos quais quer sempre caminhar: o cultivo do saber, do conhecimento humano, no âmbito das Letras, das Ciências e das Artes.  Oxalá, tal expectativa tenha sido alcançada, no decorrer dos, praticamente, seis (6) anos em que tive a oportunidade de exercer o papel de Orador oficial desta respeitável Academia, a qual tenho a honra e a fortuna  de integrar. Almejo pleno sucesso ao confrade ou confreira que vier a ser escolhido ou escolhida para dar prosseguimento a este dignificante múnus.  Afinal, o ato de falar é exclusivo dos humanos, como lembra Aristóteles (Política, Livro I, 1253,a).   Sabemos também que “fazemos coisas” importantes com as palavras ,  conforme ensina John Langshaw Austin, em sua obra “How to do Things with Words” (traduzida para o português com o título “Quando Dizer é Fazer”).  Celebramos pactos, escrevemos textos, conversamos sobre tudo o que quisermos, dialogamos. Palavras podem construir, mas, também, destruir possibilidades, seja no sentido do bem ou do mal. Palavras também ferem, promovem discórdia, guerra, calúnia, difamação, difundem o erro, a mentira e o ódio, conforme se vê no cotidiano atual. Mas este é o mau uso da palavra, o desvirtuamento do discurso que o coloca a serviço do mal. Na Academia, porém, a palavra tem sua morada para unir, construir, esclarecer, encantar, instigar o pensamento, provocando-lhe inquietações e ânsia de novas e mais amplas explicações e compreensões sobre a realidade percebida. Na Academia, a palavra deve ser sempre luz a iluminar os caminhos da verdade, do bem e do belo. Na Academia, o cultivar da palavra é o cultivo da linguagem e dos encontros com suas múltiplas e simultâneas expressões. Expressões literárias, científicas e das artes em geral. A Academia almeja a produção e difusão do conhecimento para que este seja luz a iluminar os desafiadores caminhos que a humanidade vem trilhando ao longo do tempo. E luz é palavra que se torna ainda mais inspiradora quando o NATAL e mais um NOVO ANO se aproximam.
            Natal é tempo de nascer e renascer. Nascer é trazer à luz. Renascer é dar nova vida ao que estava morto ou quase apagado.  A luz nos permite enxergar o caminho e as indicações que esclarecem sobre o destino que chegaremos se optarmos por este ou aquele caminho. A luz, ao brilhar na escuridão, nos permite ver onde estão os perigos, os precipícios, os cantos atraentes e enganosos das sereias. A luz nos abre sendas para discernir entre o justo e o injusto, o belo e o feio, o bem e o mal  e, com prudência, fazermos escolhas que nos levem à realização e não à desgraça, que nos conduzam   à vida e à  sua promoção, de modo a nos opormos a uma cultura necrófila, destrutiva da vida e do mundo. A luz é tudo o que a humanidade sempre precisou e continua a necessitar para perceber os caminhos do amor fraterno, da cooperação, da compreensão, do afeto sincero, da gratuidade e da generosidade. A luz precisa brilhar no mundo intensamente para preencher os espaços de ignorância, de negacionismo da ciência, da descrença no transcendente, dos fanatismos, das polarizações orientadas pela irracionalidade e insensatez. A luz precisa brilhar nas mentes e corações estimulando o não à coisificação do homem e construindo meios de efetivo combate às novas e sofisticadas formas de escravidão que o egoístico uso do poder estabelece, ao instrumentalizar pessoas ou ao excluí-las das possibilidades mínimas de viverem com dignidade.   
            A fraternidade, a dedicação ao “bem de todos” e a criação das condições de possibilidades a uma vida digna constituem o núcleo da mensagem cristã, sempre reafirmada e reforçada no Natal: “Eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância” (João, 10, 10b). Para isso, é necessário ver em cada pessoa sua unicidade e dignidade a ela inerentes e perceber que milhões de pessoas, no Planeta, estão apenas sobrevivendo, morrendo aos poucos, de fome, de doenças desta decorrentes, vítimas de guerras e, especialmente, da pandemia.  São vítimas da ausência de efetivo apoio para superarem suas situações de miséria, de abandono, de recusa como refugiados, nas fronteiras artificiais que separam países, povos e interesses econômicos. Natal é tempo de perceber que, sem solidariedade, cooperação, empatia com os mais frágeis e seus sofrimentos, o mundo deixa de ser humano. Deix a de ser mundo e se torna cada vez maisi-mundo” (lembrando aqui a expressão de Jean-François Mattei, em sua obra “Barbárie Interior”).
 Que a simbologia das luzes festivas do NATAL  não tenha apenas um brilho exterior, mas adentre nos recônditos dos corações, movendo-os a ações concretas de respeito, solidariedade e fraternidade, especialmente em relação aos mais fragilizados, doentes, marginalizados, desempregados, refugiados,  excluídos das possibilidades de um convívio que lhes garanta o efetivo respeito à dignidade humana inerente a cada ser humano.  E que esta Academia esteja sempre a serviço da promoção do conhecimento necessário à superação das misérias humanas, filhas da maldade e da ignorância.  
            Que as celebrações do ANO NOVO sejam fonte de inspiração à paz, ao entendimento, à fraternidade, à solidariedade, ao AMOR fraterno.
            Um Feliz NATAL e abençoado ANO NOVO a todos.
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Extraído do Chat:
From Agnes Nagashima to Everyone 11:20 AM
adorei conhecer os livros 😍👏👏👏
From carlabenedetti to Everyone 11:21 AM
Obrigada pelo convite para participar da reunião de hoje e deixar meu domingo cheio de beleza e conteúdo.
From Luciana to Everyone 11:25 AM
Claro! Conversa afiada!! Afiada demais!! Bravo!!
From Fatima Mandelli to Everyone 11:25 AM
maravilhosas apresentações!
From Clodomiro Jose Bannwart Junior to Everyone 11:26 AM
Obrigado a todos pela exposição de sua obras. Uma riqueza ímpar. Obrigado aos demais pela participação nesta última reunião do ano de 2021 da Academia de letras de Londrina.
From Fatima Mandelli to Everyone 11:26 AM
Sergio bravíssimo!
From Nilson to Everyone 11:28 AM
Maravilhosa apresentação musical.
Muito obrigado, Sérgio, pela referência aos Retalhos. A Ciência e a fé apuraram-se.
From Edilson Elias to Everyone 11:32 AM
Excelente encontro que renovou nossa alma com auras renovadoras. Parabéns presidente Ludmila, pela sua brilhante ação no exercício da presidência neste período. Minhas sinceras homenagens!
From Clodomiro Jose Bannwart Junior to Everyone 11:26 AM
Obrigado a todos 
From Nilson to Everyone 11:32 AM
Parabéns, Sérgio, pela alma de seu discurso, a necessidade de repensarmos, sempre, a Vida. Endosso-lhe, se me permite: as palavras têm alma!
From Edilson Elias to Everyone 11:35 AM
Doutor Sérgio, suas análises têm nos enriquecido cada vez mais. Parabéns!
From Fatima Mandelli to Everyone 11:35 AM
PARABENS LUDMILA PELA EXCELENTE ATUACAO NA PRESIDENCIA DA NOSSA ACADEMIA DO DESAFIO QUE VIVEMOS E NOS MOTIVAMOS A CONTINUARMOS FIRMES. PARABENS A DIRETORIA E A TODOS OS NOSSOS ACADEMICOS. SAUDADES... 2022 venha com abraços e luz. g
GRATIDAO
From Clodomiro Jose Bannwart Junior to Everyone 11:39 AM
Agradecemos, Dr. Sérgio, querido orador da Academia de Letras, suas importantes reflexões partilhadas nos últimos seis anos. Sua voz foi luz nesse período. Obrigado por tudo!
From Agnes Nagashima to Everyone 11:39 AM
👏👏👏👏

Continue se protegendo e
protegendo os outros!

COMUNICADO

 Em relação ao edital sobre a abertura de vagas para interessados no preenchimento de cadeiras na nossa Academia, informamos que recebemos vários currículos, que estão sendo analisados pela comissão especialmente nomeada.

O resultado da seleção será divulgado no correr do mês de dezembro.
Desde já agradecemos pela participação.
A diretoria

EXTRATOS DA NOSSA REUNIÃO REMOTA EM 14/11/2021


Jonas Rodrigues de Matos, nosso Mestre de Cerimônias, cumprindo uma tradição que já vem de anos, abriu os trabalhos e conduziu a reunião

Nossa Acadêmica Fátima Mandelli leu o Credo da nossa instituição

Acadêmica Ludmila Kloczak 
    Caros confrades, confreiras, convidados e visitantes, sejam bem-vindos a mais uma reunião virtual da nossa Academia!
    Entre os dias 29 e 31 de outubro aconteceu o 15º Encontro das Academias de Letras, Ciências e Artes do Paraná. Gostaria de poder transmitir um pouco do espírito cultural e festivo que uniu os presentes a essa importante reunião anual da cultura paranaense. 
    Em poucas palavras, espero abrir uma fresta de um rico conteúdo que venha a despertar em todos, as papilas da curiosidade e do prazer em conhecer o Belo na literatura.
    Da primeira parte da abertura oficial e solene com a entrada dos representantes das Academias participantes, com seus respectivos banners, não participei, pois a viagem até Toledo ocupou mais tempo do que previ. Na continuidade foi dada ênfase nos vários discursos proferidos pelas autoridades presentes, aos propósitos de promoção da escrita, leitura, literatura, artes e demais manifestações culturais do Paraná. Houve lançamento de livros e sessão de autógrafos. Fomos brindados com a apresentação do grupo Incantare de Toledo e do Coral Encanto Sul, além do belíssimo show da Orquestra São Gonçalo de Viola Caipira. Para a posteridade foi realizada a Fotografia Oficial do Encontro, com e sem máscara.
    Na manhã de sábado, iniciamos nossas atividades com a palestra proferida on-line pelo Prof. Dr. Stefano Busellato: “ Dom Quixote: o duelo entre literatura e realidade”. O palestrante é professor da Unioeste. Reside em Toledo, mas, devido à pandemia, permanece na Itália, seu país de origem, em Piza, Florença. 
    O autor destacou que, enquanto Dom Quixote lutava com moinhos de vento, Cervantes afirmava sua condição de artista da realidade. Seu propósito, com sua refinada arte que encanta leitores ao longo dos séculos, é o de buscar a relação entre realidade e ilusão. Através do clássico personagem, o autor demonstrou que a compensação da impossibilidade de atender aos desejos nos leva a criar arte. A arte permite conviver com o fato de que as fronteiras entre realidade e ilusão são muito menos certas do que gostaríamos de acreditar.  A criação literária oferece condições de possibilidades de transitar livremente entre a realidade e a ilusão. Ao final da obra, Dom Quixote demonstra que a liberdade é o maior bem para o ser humano.
    A palestra seguinte  – “ Escrita Criativa” - , foi proferida pelo biomédico, mestre e editor chefe da Revista Philos, Jorge Pereira.
    O palestrante abordou as interfaces entre a palavra e a narrativa e os elementos presentes na construção dos personagens. Neste sentido, palavra e narrativa se engolem. A palavra é o elemento fundamental. Um exercício inequívoco para o escritor é o de romper limites da palavra para romper limites da narrativa. O sema, unidade mínima da narrativa,  pode ser a virtude da história, que se instala a partir da quebra de palavras e construção de poemas. A escrita é caracterizada pelo íntimo desapego das coisas muito acarinhadas pelo escritor, as ideias e palavras. O que jogar fora? Quais partes da narrativa precisam ser destacadas ou excluídas? Quais partes do texto devem ser destacadas? Esta tensão ocorre dentro de dois eixos semânticos básicos, a observação e a destruição.
    A escrita criativa é experimentação verbal constituída de  alegorias e símbolos contidos dentro de estruturas de tempo, espaço, personagens e intrigas.
    Ao falar do personagem, lembremos que ele é a entidade comunicante, cuja construção não pode cair no exagero da metalinguagem.  O leitor precisa de espaço para imaginar.  Devem ser garantidas as relações entre estruturas e sujeitos. Estabelecer diálogo entre Personagem, que carrega o conflito e Enredo, que é o cenário.
    É fundamental avaliar o peso de cada personagem. Exercitar o apagamento necessário do autor para realçar necessidades do personagem e/ou do leitor. Os personagens são fontes inesgotáveis de histórias originais. São sempre considerados seus aspectos emocionais e sociais.
    Em síntese, o exercício da escritura se realiza na composição da identidade geral do personagem.
    No período da tarde,  fomos brindados com a Mesa de Conversa, com o tema - “O artista em processo -  literatura e artes plásticas”, a cargo do artista plástico,  historiador e diretor comercial e de projetos da Revista Philos, Lucas Fonseca.
    Da intrigante pergunta inicial, se o personagem é o criador ou criatura, foi proposta a análise da relação entre autor e leitor. Qual é o tempo do escrito? O autor busca a inovação. O autor é contador de histórias. Escrevemos primeiro para nós.
Entretanto, a criação e a produção de um livro deve ser avaliada em dois planos. No plano pessoal, a obra é do autor e para o autor. No plano profissional deve considerar o mercado, a extensão e o produto. Todo autor deseja que sua obra seja lida. Por isso, deve se preocupar com a forma de escrever para que seu produto seja atraente para o leitor potencial.
    Na manhã de domingo, a professora, doutora Sonia Sirtoli Färber, apresentou a palestra “As interfaces da Tanatologia nas produções literárias e seu contributo para o enfrentamento das perdas”. A palestrante reside em Cascavel e sua apresentação foi on-line.
    O destaque da palestra está no modo como os escritores tratam a dimensão da morte na literatura. Para tanto, percorreu grandes autores clássicos, com ênfase em Fiódor Dostoievski, que é seu autor preferido. 
    Nas palavras da palestrante, a Morte sempre espreita. Perdas acontecem todos os dias. A vida se amplia quando encontramos sentido. Como enfrentar este momento?  Quais modos de enfrentamento são obras de arte? É muito ampla a escrita literária a respeito da dor. Por exemplo, pensar que a própria vida vale mais que a do outro, é um modo de ver a questão. Entretanto, o que é imortal e dá poder é a humanidade nos cuidados com os outros. A salvação está no resgate do humano. Morte é irmã gêmea da Vida:  lança luzes para a vida. Só morre quem tem vida. A ética social existe porque existe a morte. Olhar a realidade como realmente é.  Escolher é perder e ganhar.
    Na obra “O Capote”, Gogol oferece uma alusão, na dinâmica entre perdas e ganhos, ao capote, que é o desejo de uma nova identidade.
    Na obra de Dostoievski, o tema da morte é recorrente. Em “O Idiota” a beleza salvará o mundo. E a morte é uma realidade natural. Por sua vez, “Crime e Castigo” coloca a questão do direito de matar.
    O leitor é instado a encontrar o primor estético, os elementos de superação. Como olhar o fim? 
    Em “Irmãos Karamazov”, a morte é abordada em várias nuances. O filósofo aponta uma condição humana essencial: se Deus não existe, tudo é possível!
    Gabriel Garcia Marques aborda o tema da mulher que deixa testamento para dizer como cada um deverá viver após sua morte. A tentativa de controlar os outros após a própria morte é uma tentativa de imortalidade.
    Tchekov, na obra “ Perdi meu filho” trata do sofrimento represado que espera ser acolhido. Pede solidariedade. 
    Morte é vista socialmente como um mal. A morte nos lembra da  transitoriedade, da provisoriedade. Um destaque importante na sociedade é o trabalho de cuidador dos doentes e das pessoas limitadas. Cuidador é aquele indivíduo que partilha da própria vida para trazer conforto frente a provisoriedade.
    Para Freud, o ser humano tem certeza que é imortal. As letras, a literatura, são formas adaptadas de imortalidade. 
Nossos grandes amigos são os livros. Dos grandes autores não há como escapar. Os grandes autores são gigantes que nos carregam. Literatura é uma estética curativa. 
    Intercaladas com as palestras, as Academias apresentaram suas atividades, seus planos de ação, suas dificuldades e conquistas.
    Como representante da Alcal, destaquei que todos os membros precisam se aposentar do seu trabalho por algumas horas do mês, para dedicar seu tempo à criação, administração e manutenção da instituição. Reconheci esta limitação em mim, inclusive. Lembrei que a Academia não se sustenta por meios mágicos. Precisa de suporte e administração financeira. 
    O professor Afonso de Souza Cavalcanti mencionou, quando da sua apresentação, uma imagem utilizada pelo prof. Leonardo Prota de que a Academia é um farol. Deve permanecer firme e aguardar que as pessoas cheguem até ela. Parti dessa imagem, mencionei o boletim “Almenara”, que significa, farol, sugeri que vivemos em tempos diferentes e que os faróis de hoje não podem se limitar às rochas firmes. Devem ganhar alguma mobilidade.  Ir em busca dos ‘navios e seus passageiros’.  
    Sábado, após o jantar em comemoração aos 10 anos da ALT e homenagem da ALT às instituições presentes, assistimos à alegre e bonita apresentação da Invernada Adulta do CTG – Província Gaúcha e participamos do Sarau dos acadêmicos.
    Domingo, após a palestra, chegara o momento das atividades formais da ALCA com a apresentação dos trabalhos realizados na atual gestão com objetivo de associar mais academias ao seu quadro de membros e a promover a integração entre as mesmas. Com vistas à nova diretoria para a gestão 2023-2024, a ser eleita e empossada no 16º Encontro – Irati – nov/2022, foi indicado candidato, o atual presidente da Academia de Irati – ALACS,  Herculano Batista Neto. 
    Em seguida, foi apresentada e assinada por todos os presentes, a Carta de Toledo, com a avaliação do Encontro e realizada a Solenidade de Encerramento. 
    Como sempre, os Encontros são muito estimulantes, enriquecedores e deixam saudades. Espero que na próxima vez, a Alcal seja representada por um número maior de membros.
    Nem preciso mencionar que havia uma espécie de névoa a permear todas atividades, com a lembrança da pandemia. No entanto, muitas vezes, conseguíamos respirar e brindar ao bem-estar e à liberdade.     
                                                      
"Retratos Brasileiros"
Kalon Guitar Duo *
com Natanael Fonseca e Márcio Gouveia

(Clique nos links abaixo para assistir)






* Kalon Guitar Duo - é um trabalho de música de câmara formado pelos violonistas Natanael Fonseca e Márcio Gouvea, que tem por objetivo apresentar em seu repertório, as composições originais e transcrições de reconhecido valor histórico musical no contexto desta formação instrumental. 
Natanael Fonseca 
Mestre em violão erudito pela Universidade de Aveiro - Portugal. É violista da OSUEL desde 1991 e da Orquestra de Câmara Solistas de Londrina, com a qual participou da gravação de seus cinco discos. Apresentou-se em recitais de violão em Portugal e Espanha, e como solista nos concertos para violão e orquestra de Mário Castelnuovo Tedesco, Heitor Villa-Lobos e Anton Garcia Abril com a orquestra Sinfônica da UEL e dos concertos de A. Vivaldi e J. L. Krebs com a OCSL.
Márcio Gouvea
Ganhador do Concurso Souza Lima de 1993. Natural de Arapongas–PR iniciou seus estudos de violão no Colégio Mãe de Deus em Londrina com o violonista Nelson Bolzoni. Ao transferir-se para Curitiba, desenvolveu intenso trabalho musical sob a orientação do violonista Luiz Bueno realizando uma série de concertos no estado do Paraná. Participou dos Festivais de Londrina, Cascavel e Campos do Jordão-SP onde teve aulas com Paulo Porto Alegre, Henrique Pinto, Thomas Patterson, Eduardo Fernandez e Jodacil Damaceno. 



Vida e Meio Ambiente

Acadêmico Sergio Alves Gomes *

    É fácil entender porque o direito à vida é um direito fundamental, conforme consta do art. 5º, caput, da Constituição da República Federativa do Brasil (CRFB). Pois sem o gozo e a garantia de tal direito, nenhum outro direito faria sentido. A ausência de vida é própria de entes inanimados ou de cadáveres. Seres humanos e demais viventes estão no mundo graças à vida que os anima. Para estes, viver é essencial ao existir. E para que a vida exista, se difunda e se multiplique, há de haver condições adequadas que a tornem possível. Dentre estas estão as condições ambientais, incluindo as climatológicas. Não se conhece, além da Terra, outro planeta no universo capaz de apresentar as condições de possibilidades à existência e continuidade da vida. No entanto, tais condições vêm sendo gravemente afetadas, alteradas, destruídas pelos humanos. Estes, embora tenham evoluído no âmbito do conhecimento científico e tecnológico, parecem estar perdidos em relação a certas questões fundamentais, tais como: para onde estamos indo, enquanto humanidade? ou o que significa “ser humano”? como estamos tratando nossa morada, isto é, nosso planeta, nossa “mãe-terra”? Parece que ainda não percebemos nossa total dependência em relação ao equilíbrio ecológico, para que possamos ser, viver, conviver, continuar a existir como seres humanos, ter saúde, saciar a sede, a fome, superar misérias e gritantes desigualdades. Será que ainda não somos capazes de enxergar que a busca desenfreada e insana de querer tudo transformar em valor econômico é algo extremamente desumano e que funciona como “o cavar de nossa própria sepultura”?(1)
    O homem nasce e vive graças a um conjunto de fatores constitutivos e ambientais que lhe possibilitam a existência. Sua conexão com o meio ambiente adequado às suas necessidades vitais é o que lhe garante manter-se vivo e saudável. Assim, o oxigênio indispensável à respiração, a água para saciar a sede, os alimentos para vencer a fome e assegurar-lhe energia, o material para construir abrigo e produzir vestuários, as plantas e minerais que servem à produção de remédios são alguns exemplos de elementos que o ser humano encontra na natureza para suprir suas necessidades vitais. Isso evidencia a conexão direta entre o ser humano e o meio ambiente. Logo, defender este significa garantir a vida humana e de todos os demais viventes que compõem o ecossistema planetário.   
    A tal respeito ensina a educadora  MARIA CÂNDIDA MORAES: 
    “De uma visão antropológica dualista do homem máquina, patologicamente hierárquica, senhor do mundo, dono da natureza escravizada, fonte de todos os valores, se está caminhando em direção a uma compreensão que já não mais separa os seres humanos, ou qualquer outro ser, do seu meio ambiente. Esta linha de pensamento nos leva à construção de uma filosofia ecossistêmica que já não mais coloca sujeito e objeto, homem e natureza em oposição, mas que reconhece a sua complementaridade [...] Essa nova visão requer transformações profundas em nossa forma de ser, de atuar e de estar no mundo”.(2)
    Tal conscientização é urgente e indispensável para todos. Mas não basta. A humanidade precisa agir com a máxima urgência para se salvar da autodestruição, tendo em vista que ações humanas depredadoras do meio ambiente estão levando o Planeta aos limites de sua sustentabilidade, de modo a torná-lo incapaz de manter-se como um “habitat” adequado à vida não só dos humanos, mas de todos os viventes que encontram nele o suporte para existir, suporte este que vem sendo destruído pelo “modus vivendi” desumano adotado pelo “homo sapiens”. 
    Ao falar para o mundo sobre a situação em que a humanidade se encontra em relação aos problemas climáticos e pandêmicos, o Secretário Geral da ONU, António Guterres, fez várias advertências, dentre as quais destacam-se as seguintes: “estamos à beira de um abismo – e nos movendo na direção errada. Nosso mundo nunca foi tão ameaçado. Ou tão dividido. [...]A pandemia de Covid-19 ampliou as desigualdades gritantes. A crise climática está atingindo o planeta. [...] Uma onda de desconfiança e desinformação está polarizando as pessoas e paralisando as sociedades, e os direitos humanos estão sob ataque. A ciência está sob ataque. E o apoio econômico para os mais vulneráveis chega muito pouco e muito tarde - quando chega. A solidariedade não está sendo acompanhada pela ação – exatamente quando mais precisamos. [...] Por um lado, vemos as vacinas desenvolvidas em tempo recorde - uma vitória da ciência e da engenhosidade humana. Por outro lado, vemos esse triunfo desfeito pela tragédia da falta de vontade política, do egoísmo e da desconfiança. Um superávit em alguns países. Prateleiras vazias em outros. [...] Passamos no teste de ciências. Mas estamos tirando a pior nota em Ética.[...] Vemos os sinais de alerta em todos os continentes e regiões. Temperaturas escaldantes. Perda de biodiversidade chocante. Ar, água e espaços naturais poluídos. E desastres relacionados ao clima em cada esquina. [...] Em vez de humildade em face desses desafios épicos, vemos arrogância. Em vez do caminho da solidariedade, estamos em um beco sem saída para a destruição. [...]Como nunca os valores essenciais estão na mira. Uma quebra de confiança está levando a uma quebra de valores”. (3) 
    No entanto, no mesmo discurso, aponta caminhos de solução que passam pela humanização da própria humanidade. Dentre eles estão, por exemplo: restaurar a confiança e a esperança, fortalecer a “governança global”, garantir uma ONU adequada a uma nova era. Trabalhar juntos, estimular a cooperação, o diálogo e a compreensão. Investir em prevenção, manutenção e consolidação da paz, progredir no desarmamento nuclear e no combate ao terrorismo, desenvolver um plano global de vacinação, de modo a proteger igualmente países pobres e ricos contra a pandemia, etc. e diversas outras providências indispensáveis à salvaguarda da vida de milhões de seres humanos nas mais diversas circunstâncias em que se encontram no Planeta. 
    A Constituição da República Federativa do Brasil, em seu art. 225, estabelece que “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. No entanto, não basta olharmos para o texto constitucional que estabelece o que “deve ser” feito. É necessário, ao mesmo tempo, ver a realidade dos fatos, dos comportamentos, das ações humanas de todos, mas, especialmente, o agir  dos governantes, para se ver o que realmente o Estado brasileiro faz ou deixa de fazer em relação à salvaguarda e garantia de tal direito. Urge a união de esforços nacionais e mundiais para enfrentar desafios globais. Problemas ecológicos não se resolvem no âmbito de estritas fronteiras de alguns países. Afetam toda a humanidade. É isso que tem ensejado as  reuniões de líderes globais em eventos de discussão sobre as questões ecológicas, em cujo contexto situa-se a COP 26, ocorrida em Glasgow.
    No Brasil, infelizmente, as notícias não são boas. Apontam que “com o recente aumento do desmatamento na Amazônia, mais de um milhão de hectares de floresta é perdido anualmente [...] Estudo do Instituto do Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) demonstra que as florestas públicas são invadidas numa velocidade assustadora e concentram cerca de 30% do desmatamento da Amazônia.” As análises também destacam que, “para evitar uma catástrofe climática, é urgente zerar o desmatamento, a maior fonte de emissões de gases-estufa no Brasil. Além  da destruição das florestas não gerar nenhuma riqueza para o país, nos coloca numa situação de pária internacional, atrapalhando acordos comerciais. Impedir que o crédito rural incentive o desmatamento é uma ação crucial, para o clima e para o desenvolvimento econômico do país. Grileiro e desmatador não podem continuar a ter certeza da impunidade”. (4)
    Somente uma consciência ecológica que substitua a ganância de lucro pelo respeito à vida poderá salvar o Planeta e a humanidade de catástrofes cada vez mais severas. Isso representa um grande desafio para governos, povos e nações acostumados a um sistema de vida artificial, consumista, capitalista, neoliberal, fora de sintonia com os limites impostos pela natureza e pelo senso de razoabilidade. Um modo de vida estúpido que se esquece do valor e das  limitações da própria vida. 
    À sanha pelo dinheiro a custo da destruição da natureza e, consequentemente, da própria humanidade opõe-se o Direito comprometido com a vida, a dignidade humana e a relevância ecológica de todos os seres vivos. Cabe-lhe o relevante papel de domesticador do poder econômico desenfreado que tudo almeja engolir ou transformar em cifrões. Daí a necessidade do vital empenho em busca do desenvolvimento sustentável. 
A promessa solene de respeito à Constituição da República Federativa do Brasil, feita no ato da investidura, está a exigir de todos os que exercem poder público o exemplar cumprimento da Carta Magna, inclusive no quesito “meio ambiente”. 
    Oxalá, o feriado de 15 de novembro seja bem aproveitado como  momento  de séria reflexão sobre a urgência e prioridade das ações que ainda podem servir de salvação da vida, no Brasil e  no Planeta. Isso não é ficção, nem pós-verdade:  rios, lagos, florestas, fauna, flora, mares, atmosfera... clamam por respeito. Milhões de pessoas já não têm acesso à agua potável, a alimentos suficientes, à saúde, à educação.  O sinal vermelho para a humanidade está acionado, mas ainda há esperança, porque muitas das mazelas provocadas pelo ser humano podem ser superadas, desde que haja vontade.  Especialmente vontade política, orientada pela racionalidade e sensatez. Urge sejam coibidas as ações de insanidade que corroboram a degradação do meio ambiente, impossibilitam vida com dignidade e destroem as possibilidades do almejado bem de todos, ou seja, do “bem comum”, objetivo central da Democracia. A esperança aqui nada tem a ver com passiva espera. É hora de dizer basta a toda espécie de ato predatório da natureza e de se aprender a conviver com esta de forma sustentável.
    Sustentabilidade ou morte! Sustentabilidade pela manutenção da vida no Planeta! A escolha está nas mãos da humanidade.  
Notas:
(1) A frase lembra o discurso do Secretário Geral da ONU, António Guterres, na abertura da COP26, a 26ª Conferência das Nações Unidas para a Mudança do Clima, no dia 01 do corrente mês (novembro), noticiada pela imprensa internacional, quando afirmou aos líderes mundiais que “estamos cavando nossa própria cova”.
(2) Cf. MORAES, Maria Cândida. Pensamento eco-sistmêmico: educação, aprendizagem e cidadania no século XXI. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004, p.146-147.
(3) Discurso do secretário-geral da ONU, António Guterres, na abertura dos debates da 76ª sessão da Assembleia Geral, em 21 de setembro de 2021. Disponível no “site” das Nações Unidas.
(4) Cf. DARRIGO, Maria Rosa; MARK, Merel van der; FEITOSA, Tarcísio. Artigo intitulado “BC perde a chance de colaborar com a proteção da Amazônia”. Folha de São Paulo, São Paulo, 13 de nov, 2021. Caderno ambiente, B1.

(*)SERGIO ALVES GOMES é Doutor em Direito: Filosofia do Direito e do Estado, pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP); Professor Associado da Universidade Estadual de Londrina (Departamento de Direito Público), na qual é também Professor Colaborador do Programa de Mestrado/Doutorado em Direito Negocial; Magistrado (Juiz de Direito aposentado), Membro Efetivo Ocupante da Cadeira 36 (Patrono: Hugo Gutierrez Simas) da Academia de Letras, 
Ciências e Artes de Londrina.

"Noventa anos da visita do Príncipe de Gales ao Norte do Paraná"
Prof. Roberto Bondarik * 



* Professor Titular da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Campus Cornélio Procópio, desde 1995; Doutor em Engenharia de Produção (CAPES-Conceito 4), pela UTFPR (2018), Mestre em Engenharia de Produção (CAPES-Conceito 4), pela UTFPR (2007); Graduado e Licenciado em História e Geografia pela Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de Jacarezinho, Paraná (1991), atual Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP); Membro da Sociedade Brasileira de História da Ciência (SBHC); da Associação Paranaense de Engenharia de Produção (APREPRO); Sócio instituidor da Fundação de Apoio à Educação, Pesquisa e Desenvolvimento Científico e Tecnológico da UTFPR (FUNTEF), e; Academia de Letras, Artes e Ciências de Cornélio Procópio, Paraná (ALLACOP), ocupando a cadeira de número 03; Membro, em Cornélio Procópio, do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência; Possui como áreas de atuação: História, Educação, Sociologia, Ensino-Aprendizagem, Ciência, Tecnologia e Engenharia de Produção

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"Chat" (comentários durante a reunião):
From André Contani to Everyone:  09:54 AM
Bom dia a todos!
From Jonas to Everyone:  09:58 AM
bom dia confrades e confreiras, um bom domingo a todos
From Ludmila Kloczak to Everyone:  09:59 AM
Bom dia a todos. Espero que tenhamos uma ótima reunião.
From Fatima Mandelli to Everyone:  09:59 AM
Bom dia! Um prazer revê los. Boa reunião a todos!
From Clodomiro Jose Bannwart Junior to Everyone:  10:00 AM
Bom dia! Ótima reunião a todos.
From Clodomiro Jose Bannwart Junior to Everyone:  10:36 AM
Parabéns, Ludmila, pelo relato do encontro das academias de letras do Paraná.
Excelente momento cultural. Parabéns!!!
From Fatima Mandelli to Everyone:  10:43 AM
PARABENS LUDMILA!BELA APRESENTACO
APRESNTACAO TAMBEM NO MOMENTO DE ARTE MARCIO GOUVEIA APLAUSOS!
From Leonilda Spina to Everyone:  10:46 AM
Excelente a apresentação do duo de violões! Parabéns!
Muito completo seu relato sobre o Encontro da ALCA. Parabéns, Ludmila!
From Edilson Elias to Everyone:  10:51 AM
Excelente pronunciamento, com informações bem atuais.
From Clodomiro Jose Bannwart Junior to Everyone:  10:51 AM
Dr. Sérgio, nosso querido orador, sempre assertivo, chamando-nos a atenção para temas sensíveis que tocam nosso tempo. Obrigado pela excelente reflexão, Dr. Sérgio.
From Neusi Berbel to Everyone:  10:52 AM
Parabéns, Presidente, Natanael e 
From SERGIO ALVES GOMES to Everyone:  11:04 AM
Muito obrigado a todos pela valiosa atenção. Bom domingo!
From Fatima Mandelli to Everyone:  11:20 AM
JONAS NOSSO ORADOR OBRIGADA PELA SUA DISPONIBILIDADE E COMPETENCIA!
AMIGO E CONFRADE DR SERGIO ME EMOCIONEI MUITO COM O SEU DESTAQUE DE CONSCIENTIZACAO AMBIENTAL HUMANO ETC AS MAZELAS QUE NOS DEIXAMOS ACONTECER.
From Leonilda Spina to Everyone:  11:25 AM
Parabéns, professor Bondarik! É sempre muito bom ouvi-lo!
From Clodomiro Jose Bannwart Junior to Everyone:  11:26 AM
Excelente palestra. Parabéns, prof. Roberto Bondarik.
From God of War to Everyone:  11:35 AM
Parabéns Professor!
From SERGIO ALVES GOMES to Everyone:  11:39 AM
Parabéns, Professor Bondarik. Muito enriquecedora sua Palestra! Parabéns!
From Leonilda Spina to Everyone:  11:40 AM
Muito enriquecedora a palestra!
From Fatima Mandelli to Everyone:  11:41 AM
GRATA PROF ROBERTO BONDARIK. SENSACIOINAL PALESTRA!
From Leonilda Spina to Everyone:  11:41 AM
Parabéns, Confrade Sérgio!
From SERGIO ALVES GOMES to Everyone:  11:43 AM
Obrigado, Confreira Leonilda. Parabéns pelo convite ao Prof. Bondarik
From God of War to Everyone:  11:45 AM
Eu quem agradeço o convite da Dra. Neusi