Homenagem a Londrina



Londrina


Quisera tanto, Londrina
fazer-te um poema!
Um poema que falasse dos pioneiros
embrenhando-se nas matas,
nos lombos dos burros, abrindo picadas
e fazendo de cada clareira uma conquista!

Quisera ouvir todos os teus zumbidos,
aquecer-me no calor dos fogões a lenha
dos ranchos de palmito,
ouvir o grito dos primeiros meninos,
o alarido das serras, o repicar dos sinos,
o canto dos carros de boi...
- Sentir o pulsar da vida que se foi!

Hoje vejo teus arranha-céus,
as torres que se elevam em infinitas preces.
Os estudantes cruzando as ruas
em alegre folgar.
As chaminés, em espirais de fumaça,
testemunhando que aqui se traça
o futuro com muita garra!

Ontem, risonha menina,
airosa, singela, faceira...
Hoje, cheia de encantos
e de quebrantos, feiticeira!

Londrina do lambe-lambe,
dos ipês, das perobas, do bosque,
das raízes descomunais.
Das colinas de gado pontilhadas,
do café, dos cereais,
dessa terra que jamais
deixou de ser dadivosa.

Londrina que, vaidosa,
encanta por sua beleza!
Ah! Londrina, quanta leveza
na tua brisa trazendo sonhos,
varrendo medos e incertezas!

Londrina do Igapó, da Concha,
da mata virgem dos Godoy,
do Horto, Campus, Museus.
Das revoadas, dos ninhos,
das roças, dos mil caminhos
cobertos de tanta história!

Cidade de fibra, de raça,
que a cada dia que passa
se torna  mais atraente!
Povo audaz, laborioso.
Terra aonde o filho ausente
retorna sempre saudoso!

Um dia...  (quanta ventura!),
juntarei o barro e o mel,
o som do berrante, a voz dos sinos,
a prosa dos velhos, o riso dos meninos,
as flores das avenidas, o eco dos festivais...
O progresso palpitando em cada esquina,
o divino poente que a alma enternece...
- E farei, em forma de prece,
o mais lindo poema de amor a Londrina!

  Autoria da Acadêmica Leonilda Yvonneti Spina. 
Esta poesia foi apresentada na Câmara Municipal de Londrina 
por ocasião do recebimento da Medalha Ouro Verde


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